Lendas Vivas

Postado por Vanessa Rodriguesem 29 de Novembro de 2009

[Dona Martinha de Suruacá conta histórias da Comunidade]

Há botos que encantam mulheres, seres que assombram a mata e cobras gigantes que derrubam as embarcações. Histórias, mitos e lendas da Amazónia sussurradas na primeira pessoa para SinaisDaGente.

donamartinha

Dona Martinha recorda lendas, histórias e “visagens” da comunidade de Suruacá, no Rio Tapajós, no médio Amazonas.

Depois de um almoço de peixe de rio e farinha de mandioca ela não resistiu a contar as histórias que lhe tiraram, muitas vezes, o sono, na adolescência. A Lenda do Boto, uma das mais importantes do folclore amazónico é o tormento da mulher da região. Dizem que os botos se transformam em homens belíssimos que seduzem as moças. Que elas ficam enfeitiçadas. Quando elas aparecem grávidas e não se sabe quem é o pai, a dúvida desfaz-se porque, afinal, só pode ter sido o boto.


Lenda do Boto


Lendas, Amazonas

Postado por Vanessa Rodriguesem 28 de Novembro de 2009

amazonas01Há controvérsias sobre quem realmente terá visto, pela primeira vez as guerreiras Amazonas, uma tribo de mulheres que habitava o Rio Amazonas,  então apelidado de “mar dulce”, por exploradores espanhóis. Há historiadores que afirmam que o navegador espanhol Orellana não combateu as Amazonas, como se conta recorrentemente, mas sim uma tribo de índios de cabelos compridos, auxiliados, na guerra pelas mulheres.

Frei Gaspar de Carvajal, que participou da expedição de Orellana, dá testemunho da existência dessas mulheres guerreiras. Esses relatos gaanham força na voz dos índios que descrevem a existência de uma tribo de mulheres guerreiras. Segundo se lê no “Portal da Amazônia”, os índios não falavam em “Amazonas”, até porque “não sabiam o que significava”.

Os índios falavam, sim, em Icamiabas, que significa “mulheres sem maridos”. As Icamiabas viviam no interior da região do Rio Nhamundá, sozinhas. Ali, eram regidas por leis próprias. A região era denominada por estes aventureiros de País das Pedras Verdes e era guardada por diversas tribos de índios, das quais a mais próxima das Icamiabas era a dos Guacaris.

De acordo dom pesquisas do folclorista Alceu Maynard Araújo, nesse Reino das Pedras Verdes, realmente, viviam em comunidade as Amazonas, mulheres guerreiras e trabalhadoras: caçavam, pescavam, faziam cerâmica, redes, tecidos; trabalhavam na roça, faziam armas.

A liderança dessa tribo estava a cargo de uma única mulher, que tinha também a responsabilidade religiosa. O reinado dessa líder era curto: só as virgens enter os 20 e os 25 anos poderiam disputar a liderança das Amazonas.

A cada cinco luas cheias, no mês de Abril (ou seja um período de 5 anos) haveria renovação na chefia da tribo.

Mas por que razão, esse lugar, se chamava Reino das Pedras Verdes? Porque era justamente daí que se originavam os muiraquitãs, as famosas pedras verdes… Dizia-se que as Icamiabas realizavam uma festa anual dedicada à lua e durante a qual recebiam os índios Guacaris, com os quais se acasalavam.

Depois do acasalamento, mergulhavam num lago chamado Iaci-uaruá (Espelho da Lua) e iam buscar, no fundo, a matéria-prima com que moldavam os muiraquitãs. Então presenteavam os companheiros com os quais tinham feito amor… Os que recebiam, usavam orgulhosamente pendurados ao pescoço. No ano seguinte, na realização da festa, as mulheres que tinham parido ficavam com as filhas e entregavam os filhos para os Guacaris… De qualquer forma, quando se pronuncia Amazónia, não se pode deixar de pensar em muiraquitãs e em mulheres guerreiras…

Era no Lago Verde que as Amazonas faziam seus muiraquitãs

Motivos semelhantes levam esse grande contingente populacional a se deslocar para Alter-do-Chão, uma vila turística localizada na margem direita do rio Tapajós e ligada por via rodoviária à cidade de Santarém.

O rio Tapajós possui características únicas entre os afluentes do Amazonas – suas águas são cristalinas – e, em frente à vila, com a descida das suas águas durante o verão, surge uma lagoa cor de esmeralda cercada por bancos de areia branca apropriadamente denominada de “Lago Verde”. O Lago Verde, também chamado de Lago dos Muiraquitãs, era ponto de passagem obrigatório das índias Amazonas.

Referência: Amazonas foi o nome dado às mulheres guerreiras da Antiguidade que habitavam a Ásia Menor e cuja existência alguns historiadores consideravam um mito. Segundo a lenda, elas removiam um dos seios para melhor envergar o arco, deixando o outro para amamentar seus rebentos, que, se nascessem do sexo masculino, eram impiedosamente sacrificados. Amazonas, aliás, quer dizer sem seios (“mazos”) em grego. No século XVI, essa designação foi dada a mulheres com as mesmas características, cuja existência histórica é discutida e que combaterem os conquistadores espanhóis no baixo-Amazonas.

Na realidade, isso pode ser o efeito do sol penetrando as águas transparentes e iluminando o fundo do lago, rico em nefrita.

Fonte: Portal da Amazônia

Lendas, Cobra Grande

Postado por Vanessa Rodriguesem 25 de Novembro de 2009

cobragrandeOs pescadores falam dela como um ser gigante que habita os rios da Amazónia para atormentar a vida das comunidades. Falam em redemoinhos, buracos gigantes no meio da água, embarcações enormes que se transformam, monstro das águas amazónicas.

A Cobra grande é uma lenda amazónica que fala de uma cobra colossal, também chamada Boiúna, que cresce de forma desmesurada e ameaçadora, abandonando a floresta e passando a habitar a parte profunda dos rios.

Ao rastejar pela terra firme, deixa sulcos que se transformam em igarapés.

Conta a lenda que a cobra-grande pode transformar-se em embarcações ou outros seres. Aparece em numerosos contos indígenas. Um deles conta que numa tribo indígena da Amazónia, uma índia, grávida da Boiúna, deu à luz a duas crianças gêmeas. Uma delas, má, atacava os barcos, naufragando-os.

Esta história tornou-se célebre no poema Cobra Norato, de Raul Bopp, sendo encenado inclusive, em teatros de vários países. A verdadeira cobra grande: a sucuriju ou sucuri é a temida anaconda da Amazónia: o seu comprimento pode atingir mais de 10 metros. Mata as suas presas por constrição, apertando-as até a morte.

Celebrizada nos filmes de terror, é temida pela população ribeirinha, pois habita as áreas inundáveis e é dotada de grande força, sendo capaz de neutralizar qualquer tentativa de defesa da vítima.

Fonte: Portal da Amazônia

Lendas, Rio Amazonas

Postado por Vanessa Rodriguesem 20 de Novembro de 2009

rioamazonasContam os mais antigos que, há muitos anos, havia na selva amazónica dois noivos apaixonados que queriam viver juntos para sempre. Ela vestia-se de prata e seu nome era Lua. Ele vestia-se de ouro e o seu nome era Sol.

Lua era a dona da noite e Sol do dia. Havia porém, um obstáculo para aquele namoro: se eles se casassem o mundo acabar-se-ia. O ardente amor de sol queimaria a terra e o choro triste da Lua afogaria a terra. Apesar de apaixonados, como poderiam se casar?

A Lua apagaria o fogo? O Sol faria toda a água evaporar? Por isso, tiveram de se separar. Nunca puderam casar-se. Os noivos ficaram desesperados, a Lua de prata e o Sol de ouro. No desespero da saudade, a Lua chorou durante todo um dia e toda uma noite.

As suas lágrimas escorreram por morros sem fim até chegar ao mar. Mas o mar, com tanta água ficou furioso: ele não queria tanta água. A sofrida Lua não conseguia misturar as suas lágrimas às águas bravas do mar. Por, isso, algo estranho aconteceu. As águas escavaram um imenso vale, serras  levantaram-se. Um imenso rio apareceu. As lágrimas da lua formaram o rio Amazonas, o rio-mar da Amazônia.

Fonte: Portal da Amazônia

Lendas, “Curupira”

Postado por Vanessa Rodriguesem 15 de Novembro de 2009

curupira

Não há comunidade que não fale nele. Descrevem-no como a mãe da natureza, invisível, guardião da floresta que não deve nunca ser desafiado, pois é um ser vingativo que pode causar graves problemas ao prevaricador.

O Curupira é um ser que faz parte do lendário amazônico há centenas de anos e cujas histórias passaram de geração em geração. Guardião das florestas e dos animais, possui traços de índios, cabelo de fogo e os pés virados para trás.

Esse ser é o protetor daqueles que sabem se relacionar com a natureza, utilizando-a apenas para a sua sobrevivência. O homem que derruba árvores para construir sua casa e seus utensílios, ou ainda, para fazer o seu roçado e caçar apenas para alimentar-se, tem a proteção do Curupira. Mas aqueles que derrubam a mata para exploração ilícita, os que caçam indiscriminadamente, têm no Curupira um terrível inimigo e acabam caindo nas suas armadilhas.

Para se vingar-se, o Curupira transforma-se em vários animais de caça e outros seres animados. Pode ser uma paca, onça ou qualquer outro bicho que atraia os caçadores para o meio da floresta, fazendo-o perder a noção de seu rumo e ficar dando voltas na selva, retornando sempre ao mesmo lugar.

Outra forma de atingir os maus caçadores é fazendo com que sua arma não funcione ou fique incapaz de acertar qualquer tipo de alvo.

Na interpretação de antropólogos e historiadores, a lenda do Curupira revela a relação dos índios brasileiros com a mata. Não é uma relação de exploração, de uso indiscriminado, mas de respeito pela vida.

Fonte: “Portal Amazônia”

Lendas, Iara

Postado por Vanessa Rodriguesem 15 de Novembro de 2009

iaralenda

A Iara é uma dos mitos mais conhecidos da região amazónica. É uma linda mulher morena, de cabelos negros e olhos castanhos. Exerce grande fascínio nos homens, pois aqueles que a vêem banhar-se nos rios não conseguem resistir aos seus encantos e atiram-se nas águas. Aqueles que se atiram ao rio, para chegar perto de Iara, nem sempre voltam vivos. Os que sobrevivem, voltam assombrados, falando em castelos, séquitos e cortes de encantados.

É preciso muita “reza e pajelança” para tirá-lo do encantamento. Alguns descrevem Iara como tendo uma cintilante estrela na testa, que funciona como chamariz que atrai e hipnotiza os homens.

Acredita-se também que ela tem forma de peixe na parte inferior (uma sereia?), outros dizem que é apenas um vestido, ou uma espécie de saia, que ela veste por vaidade e para dar a ilusão de ser metade mulher/ metade peixe. Em certos locais, dizem que Iara é um boto-fêmea.

Ela também encanta os homens e leva-os para o fundo do rio. Em outros lugares dizem ser a própria boiúna (cobra grande).

Fonte: Portal da Amazônia

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