Começou a pescar aos nove, hoje tem 47 anos. E saudades de como era “antes”.
A Dona Rosa não mora aqui. Agora que recebe turistas na “casa da praia” a vida “melhorou”, conta ao DN enquanto grelha peixe. Ergueu-a com estacas acima da areia para aguentar a maré-alta, na Ilha da Romana. Ela tem 47 anos. Mora na vila de Abade, a uma hora de barco. Começou a pescar com o pai aos nove. Tem “saudades do tempo em que brincava com os irmãos” no barco do pai. E de quando a mãe lhe preparava o peixe. “Tive uma infância muito feliz. Fazia muitas malvadezas com as outras crianças”, diz Rosileine Saraiva, Rosa para os amigos. Pele queimada, corpo rijo, atlético, olhar de menina, mãos engrossadas pelas redes de peixe que puxou.
Hoje está lua cheia. “Está bom para pescar”. Não como dantes. “Antes, havia muito mais peixe. Há uma grande diferença. Lembro-me de ele saltitar na água.”
Rosa não é daqui, da ilha. É filha de Bragança, a norte de Belém, fundada no século XVII pelos portugueses. Tem quatro filhos. Não é a única pescadora da região, mas é das “poucas resistentes”.
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