Comem ração de animal, dormem ao relento, são torturados, cortam-lhes os dedos, matam-nos e estão sempre a dever a quem os contratou. Conhecem bem a cor do sangue, esquecem-se que a água não tem cor e habituam-se a bebê-la amarela, terrosa, contaminada. Não são nada, não são gente. Até chegam a pensar que tudo isso faz sentido, neste século, neste agora, num Brasil de contrastes.
A Amazónia tem mais de metade dos casos de trabalho escravo no Brasil. Dos 164 casos enumerados, recentemente, pelo ministério do trabalho brasileiro, 100 deles (61%) ocorreram em estados que pertencem à Amazónia Legal.
O local com mais problemas é o Pará (46 casos), seguido do Maranhão (22 casos) – ambos da Amazónia – e Mato Grosso do Sul (18 casos).
Segundo pesquisa da ONG Repórter Brasil, especializada no combate ao trabalho escravo, quase todos os casos ocorridos na Amazónia estão ligados à criação de gado ou à produção de carvão vegetal. Essas actividades são, aliás, as principais responsáveis pelo desmatamento da região.
Para saber mais:
Lista Suja dos Empregadores- Trabalho Escravo
Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil

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