Publicado no DN, 10 de Jan’ 2010
Por Vanessa Rodrigues, em Alter-do-Chão
A Ayahuasca deve o nome ao dialecto Inca, significa “cipó dos espíritos”, e é feito a partir da decocção de duas plantas nativas da floresta amazónica: o cipó douradinho, que actua no sistema nervoso, e folhas de arbusto chacrona, que contêm o princípio activo dimetilpriptamina, com acções psicoactivas.
Era utilizado pelos Incas e por várias tribos indígenas na Amazónia, por isso expandiu-se, especialmente na América do Sul, devido ao crescimento de movimentos religiosos organizados, como o Santo Daime, Natureza Divina e a União do Vegetal, além das várias dissidências que se organizam, actualmente, em grupos independentes. Por isso, a forma de o preparar varia, de acordo com a comunidade.
No Brasil, o uso do “chá sacramental” é permitido, pelo Conselho Nacional Anti-Drogas, depois da Resolução de Novembro de 2004, que a legitima como “uso religioso”. Segundo estudos da antropóloga brasileira Bia Labate, os princípios activos da bebida alteram o estado de consciência, tornando os sentidos muito mais sensíveis. Os defensores da Ayahuasca consideram-no, um “gerador da divindade interna”, como forma de o indivíduo chegar ao “inconsciente” e usar essa informação para “autoconhecimento” e progressão individual, uma vez que durante o efeito do chá, ele nunca deixa de ter percepção do que lhe acontece.
Actualmente, além de a Ayahuasca ser usada em rituais religiosos em todo o Brasil, é usada, ainda, em pequenos núcleos espalhados por todo o mundo.
Ver ainda: “Ayhuasca, chá da Amazónia”
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